Custa-me sempre começar...
Não é a ausência de assunto, nem tão pouco desinteresse em manter este hábito a que me forcei para mostrar ao mundo, mas especialmente a mim mesmo que me tornei vivo, num sentido mais lato que a tradução pura do acto reflexo das batidas ritmadas do mais trabalhador músculo do nosso corpo.
Custa-me a exposição, por me saber avaliado no que de mais íntimo possuo... algo em que não pensei no dia em que decidi começar esta junção de peças soltas de um "puzzle" que há muito deixou de ser apenas meu, e que, no final, apenas serve o propósito de tornar mais simples a edificação de mais dois que, tenho a absoluta convicção, serão incomparavalmente melhores e mais complexos que o seu predecessor.
Sinto que há conceitos que não podem pura e simplesmente ser adequadamente discutidos ou expressados na forma verbal, porque o impulso nos tolda a racionalidade... e é demasiado fácil que se sobreponha a emoção onde deveria emergir a razão. Para não mencionar o malvado vento... que agora e sempre volta a insistir em levar todas as palavras que proferimos!
E, acima de tudo, continuo a não me perdoar pelo facto de não ter tido coragem para começar mais cedo... por eles! Não para que tomem as minhas posições ou opiniões como realidades únicas, mas para que com elas possam olhar, questionar e finalmente criar aquilo que considerarem ser a sua visão do cosmos e da escala de valores que regerá as suas vidas.
Espero que, com o advento de mais esta série de noites afastado do sítio onde pertenço, se esgotem os argumentos do demónio da imobilidade para tão prolongada ausência!
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"Só se é curioso na proporção de quanto se é instruído"
Jean Jacques Rosseau
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Godspeed*,
O vosso pai
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*(perdoem-me o egoísmo, mas este desejo é exclusivamente para eles... e a ausência de tradução, por não conseguir encontrar um equivalente apropriado para a nossa língua)
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