sexta-feira, março 18, 2005

Sadismo

A minha última divagação prendeu-se com a ainda imperiosa necessidade global de eliminar seres vivos para que se assegure a sobrevivência da nossa espécie.
Pois bem, hoje reflicto sobre algo bem mais sombrio... a imperiosa necessidade de eliminar ou flagelar seres vivos para gáudio de quem, por razões que só Freud provavelmente descortinaria, encontra prazer e divertimento no sofrimento alheio.
Longe da nobre atitude dos índios da América do Norte, que enalteciam publicamente o sacrifício dos animais que abatiam, por servirem para saciar a fome de todos, conhecemos hoje, virada que está a página do século vinte, e com um bom par de palavras escritas no século vinte e um, um grupo heterogéneo de pessoas, que de comum apenas têm o desrespeito pela vida, tal como a conhecemos.
Apelidar-me-ão de fundamentalista, mas, no âmago da questão, não encontro diferenças entre os caçadores desportivos, os profissionais e os adeptos das touradas, os defensores da elegantíssima manifestação de riqueza a cavalo, que dá pelo nome de caça à raposa, ou os incitadores, patrocinadores, apostadores e assistentes de lutas de cães, de galos, de cães com ursos (de garras devidamente arrancadas, que a peleja quer-se justa), ou de qualquer outra combinação macabra que uma mente desequilibrada possa congeminar.
Por saber da celeuma que tais palavras provocam em muitos milhares de portugueses que, por um lado, não consideram o seu passatempo ou paixão, algo de desonroso ou condenável, e por outro, não se revêem nas restantes personalidades integrantes do grupo atrás mencionado, passarei a explicar as razões de tal agregação e condenação.
A caça, no seu sentido mais puro, sempre existiu, e existirá infelizmente durante mais algum tempo. Mas não é da caça, integrada no conceito da cadeia alimentar, aquela a que me refiro, mas da caça pelo prazer de matar, pela satisfação dos troféus conquistados, quer sejam eles chifres, dentes, garras, ou o animal no seu todo. É impossível encontrar argumentos que sustentem a eliminação de qualquer espécie, com base na necessidade de divertimento, de acréscimos artificais de adrenalina e exibicionismo humano. É tão fácil, nos dias de hoje, encontrar um substituto para esta prática, cumprindo os mesmos objectivos, mas não eliminando qualquer ser vivo (eliminação que será permanente, mesmo para os crentes na versão do cristianismo, uma vez que não existe versão animal para os lugares à direita, ou mesmo à esquerda do Pai).
No caso das touradas, é interessante ver a posição de quem, tentando defender o indefensável, ainda se arvora protector do animal que vê flagelado. Alegam os defensores da tourada (irrelevante diferenciar se de morte ou à portuguesa), que os sortudos animais só existem para que o espectáculo continue, e que, caso contrário, já se teriam extintinguido há muito. Ainda que isso correspondesse à verdade (não estou em condições de o verificar), quereria porventura dizer que os animais, por infinito agradecimento aos seus benfeitores, assinariam um "cheque-lombo" em branco, para toda a eternidade, e todos os dias sem cessar agradeceriam ao criador cada farpa, e porque não, cada orelhinha cortada, ou ainda, glória suprema, cada morte na arena (se ovacionada a preceito) gentilmente concedida. Pela mesma ordem de ideias, qualquer espécie em vias de extinção que fosse protegida, por quem quer que fosse, teria uma dívida de sangue para com o seu defensor, que poderia ser cobrada em qualquer cenário ou arena, para deleite de todos quantos quisessem assistir. Seria sem dúvida então curioso assistir à "lobada" ou à "lince-ibericada", cumpridas a preceito por todos os que, directa ou indirectamente, contribuem para a preservação destas espécies.
Com a tradição inglesa de caça à raposa não perderei muito tempo, uma vez que, felizmente, alguns bons Homens com algum poder, resolveram recentemente proibir tal manifestação medieval.
Quanto às lutas, convém distinguir desde já que, para aqueles cuja frase pré-formatada é a de que os Homens também o fazem, que tudo se resume a uma palavra que faz toda a diferença... voluntarismo. É legítimo (porque cada pessoa é dona de si própria), que dois seres humanos maiores e vacinados, se combinem encontrar num ringue de meia dúzia de metros quadrados, para se esfacelarem mutuamente até que alguém desfaleça ou chegue a hora do jantar, o que acontecer primeiro. Já com os animais o caso muda de figura. É verdade que os animais naturalmente lutam. Mas não é legítimo que os treinemos especificamente para esse fim, nem que os forcemos a tal (que bem bastam as desavenças que envolvem saias... mesmo no mundo animal), mas pior, que vejamos em tudo isso uma forma de diversão, de ganhar dinheiro, ou apenas de passar o tempo.
Em todo o mundo, em todas as épocas, se cometeram barbáries, algumas delas, como demonstrado, se prolongaram até aos dias de hoje. Não defendo que varramos a nossa herança histórica para debaixo do tapete, mas existe uma altura em que devemos, em nome da coerência e da racionalidade, perceber a imoralidade de determinadas práticas que, em nome da cultura e identidade grupal se mantêm vivas e, de uma vez, evoluir para um projecto de Humanidade com objectivos mais altruistas e consentâneos com o nível de desenvolvimento cognitivo que todos julgamos possuir.

segunda-feira, março 14, 2005

Predação

A paternidade tem o dom de nos forçar a pensar, edificar e emitir opiniões, com a responsabilidade de as mesmas constituírem traço indelével na personalidade dos que educamos, em assuntos que habitualmente não nos ousaríamos debruçar, quer por nos deixarmos absorver pela azáfama quotidiana, quer por pura preguiça mental. Opiniões que rapidamente transitam da futilidade da paixão clubística aos valores mais profundos da espiritualidade humana.
É comummente aceite ser relativamente simples demonstrar a separação do Bem e do Mal, no seu sentido mais cru, sendo prodigiosa a capacidade de assimilição deste conceito por parte das crianças (recordo-me, a propósito, das expressões do meu filho de dois anos e meio perante a personagem encarnada pelo ser computorizado Sméagol/Gollum em "O Senhor dos Anéis", que em função da personalidade emergente do momento, caracterizava de "um bocadinho bom", ou "um bocadinho mau"!*).
Enquanto o Bem se mantém cristalino e o Mal obscuro, a tarefa formadora resume-se ao acompanhamento do frenesim catalogador de bons para um lado e maus para outro, sem rodeios nem apelos a instâncias superiores, que a pureza incorruptível das crianças torna desnecessários.
Porém, quando os dois termos se imiscuem, tornando cinzento o que outrora fora preto e branco, tudo se complica.
Vem isto a propósito da mortandade que caracteriza o mundo em que vivemos. Escolhi esta agressiva palavra, por querer abranger todas as relações entre seres vivos que neste planeta habitam. Por querer factualizar a necessidade permanente de algo ou alguém ter que morrer para que a vida continue. É a explicação deste paradoxo, não apenas na visão científica, mas na vertente moral, que se torna num dos maiores desafios com que até hoje alguém se deparou.
É fácil ensinar a cadeia alimentar e orgulhosamente mostrar o Homo Sapiens Sapiens no topo, olhando sobranceiramente para todas as criaturas sob o seu domínio (é interessante notar o facto de, nas ilustrações relativas a este tema, os humanos serem constantemente suprimidos e substituídos pelos predadores irracionais). Pois... parece que nos orgulhamos de, contrariando todas as expectativas, estarmos no topo da cadeia, mas simultaneamente sentimos a suprema ignomínia por dela não nos conseguirmos libertar!
Sou terminantemente contra a ocultação da verdade às crianças, na esperança de as proteger. Na verdade, apenas contribuímos para a perda daquela confiança preciosa que a nossa descendência em nós deposita, e que nos faz sentir no rumo certo da nossa caminhada. Nunca ocultei portanto a proveniência dos alimentos com que se confeccionam as refeições que os fazem crescer e ficar fortes, nem o destino de todos os seres, quando a última centelha de vida se extingue (a visão que acredito ser a correcta... de que tudo estará então consumado).
Apesar de não deixar de sentir o peso da responsabilidade humana pelo atraso no conhecimento científico, que já tivesse levado à sintetização química de todas as substâncias necessárias ao regular funcionamento do nosso organismo e à sua aplicação nas doses diárias ideais, de modo a permitir que as palavras fome e obesidade pudessem fazer companhia aos pterodáctilos e seus irmãos; de modo a nos permitir olhar para a cadeia alimentar do lado de fora, e não sentados no topo. Apesar de tudo isso, aceito ainda a mortandade das espécies que considerámos adequadas (curiosamente aquelas que mais se mostraram amistosas, perdão, domesticáveis) a uma alimentação equilibrada, na esperança de que apenas seja temporariamente. Para os que me estão a acusar neste momento de querer "plastificar" um dos poucos prazeres genuínos que nos restam, lembrarei um episódio da saudosa série "Quinta Dimensão", que sumariamente retratava a vinda à Terra de um conjunto de seres superiores que pretendiam levar nas suas naves tantos humanos quanto possível, para poderem dar uso a um livro intitulado "Como cozinhar para humanos". Só no final, quando as portas das naves já se haviam fechado, é que se percebeu que a palavra "para" tinha sido estrategicamente acrescentada ao título original do livro alienígena. Lembro-me de, na altura, me ter indignado perante tal façanha, que me pareceu profundamente desprezível. A verdade é que custa ter de encarar o problema do ponto de vista de quem é ou será a vítima, piorando um pouco se se tiverem criado laços de confiança prévios. Daí que tudo seja uma questão de escala, tornando absurda a ideia do vegetarianismo por piedade aos animais. Ou estamos fora, ou inteiramente comprometidos com a inevitável cadeia, não havendo moralidade para sentir indignação perante o cenário, que espero se mantenha no domínio da ficção, de existirem degraus acima daquele onde nos sentamos neste momento.


* Devo dizer que rejeito liminarmente qualquer acusação de desrespeito pela classificação dada aos filmes em função da idade a que se destinam. Considero-as perfeitamente válidas, quando não existe supervisão.

sexta-feira, março 11, 2005

Realiza quem atende!

Não me considero uma sumidade no domínio da linguística, nem de todo inflexível no que respeita à evolução da língua portuguesa, em função das necessidades reais de quem, a cada momento, a utiliza.
É verdade que assisto com alguma apreensão à proliferação desta nova forma de comunicação escrita abreviada, fruto da voracidade com que se pretendem transmitir pensamentos e sentimentos, quer pela rede computacional global, quer pelos novos dispositivos portáteis de indução de mutações celulares , que atingem hoje uma taxa de penetração tão elevada no nosso país que apenas encontram já paralelismo no número de simpatizantes e apoiantes do Benfica - aproximadamente 11 milhões, só em Portugal continental. Mas mesmo este tipo de escrita glutona tem um racional implícito, quer na poupança forçada de caracteres a que a tirania das mensagens escritas sujeita os seus utilizadores, quer na irreverência, mas simultaneamente fragilidade natural de quem, no auge da adolescência, pretende, por um lado, estabelecer um ponto de rotura com o "status quo" vigente, mas por outro, não se consegue libertar do jugo da tribo a que pertence, utilizando palavras e expressões mirabolantes, que nalguns casos, acredito que não goste, mas que o livra do rótulo de extraterrestre pelos seus pares. No meu caso, confesso que me divirto mais a tentar decifrar a escrita do canal SMS TV do que a assistir ao quadragésimo terceiro episódio dos Malucos do Riso.
Mas, se para estes devaneios da juventude, a atitude correcta é a tolerância, na convicção de que, tal como o "piercing" na língua, também este tipo de escrita desaparecerá com o advento dos dentes do siso, já para o "neo chico-espertismo" tipicamente português confesso que não tenho paciência. Piora um pouco se a proveniência for de alguém que exerça um cargo de elevada responsabilidade perante a Nação.
Ouvi há alguns dias um digníssimo deputado da assembleia da República (desconheço-lhe o nome, coloração política, ou mesmo se se mantém em funções após mais esta dança das cadeiras), produzir uma espantosa declaração à comunicação social, introduzindo, algures no seu discurso, as palavras realizaram e atendeu.
Estarão todos certamente a pensar por que raio haveria de implicar com estas duas conjugações verbais!!
Não terá esta ou qualquer outra pessoa a liberdade de as utilizar as vezes que desejar nas suas construções frásicas?
Concordo inteiramente com todos, incluindo os mais exaltados.
Passo no entanto a explicar!
Este famigerado senhor, na ânsia de exibir uma variedade e eloquência vocabular acima da média, considerou, a dada altura da sua exposição, que "as pessoas ainda não realizaram determinado assunto" e, posteriormente, que "determinada pessoa atendeu a uma conferência". Não é necessário recorrer ao dicionário para perceber o significado de ambas as palavras, mas para as entender neste contexto, nem com a ajuda da mais recente "versão brasilera"!
Demorei um pouco até perceber o mistério.
Melhor do que dar um sotaque inglês às palavras portuguesas e fazer um brilharete em qualquer situação, qual Zé zé Camarinha no reino dos Algarves, só mesmo pegar nas palavras inglesas, encontrar o mais aproximado equivalente português e utilizá-las no contexto em que seriam empregues no original anglo-saxónico. Infalível, especialmente para impressionar os papalvos que nunca saíram de Cacilhas.
O que mais me custa no meio de tudo isto é que, se um dia confrontassem este senhor com as monstruosidades que profere em nome da elegância pato bravista, muito provavelmente argumentaria que não tinha culpa, que a Assembleia da República não lhe tinha dado um curso de aperfeiçoamento da língua portuguesa e, muito provavelmente, tudo se resolveria com um subsídio da comunidade europeia para o auxílio às vítimas de enxovalhanço literário.
Fiquem bem!
The Jackal

segunda-feira, março 07, 2005

Falta-nos a água ou a omnipresença?

Foi tão grande o júbilo pela recepção de tantas e tão efusivas mensagens de contentamento pela abertura deste espaço de meditação que não caibo em mim de contente. Bem, na verdade apenas recebi duas, e suspeitas por sinal... Mas enfim, se buscasse a glória e a fortuna teria enveredado por uma carreira que me permitisse mandar calar os adeptos das equipas adversárias em pleno estádio, anunciar aos sete ventos que sou o melhor do mundo, e ainda assim ver ofuscada a arrogância da atitude e enaltecida a qualidade máscula de tão viril proeza.
Adiante!
Durante este interregno, questionei-me acerca do tema sobre o qual mais me agradaria (desculpem-me o egoísmo) dissertar. Depois de muito reflectir, e apesar de saber o quanto movediças podem ser as areias que estou prestes a pisar, decidi que valia a pena o risco da exposição, perante a grandeza do assunto.
O tema, retratado no título que resolvi emprestar a este aglomerado de palavras, é tão só o que mais arrastou o pensamento e as vontades do bicho Homem ao longo dos séculos... a religião.
É tão ou tão pouco controverso, que não estando mais de meia dúzia de inócuas palavras escritas neste pequeno texto, já as mesmas provocavam uma acesa e animada discussão entre mim e um excelso interlocutor, que casualmente (ou talvez não), sobre o meu ombro as leu "na diagonal"!
O brilhantismo com que defendeu a sua dama, que rapidamente se transformou em moinho de vento, e depois em terrível demónio, ao sabor do interesse comum deste ou daquele assunto mais esotérico, leva-me quase a adiar pelo cansaço, a dissecação do tema a que me propus. Mas para não defraudar aqueles que, por me saberem sozinho e com tempo de sobra para a ilustre actividade literária (desde que determinada campainha não soe), esperam um produto palpável resultante desta noite, farei um pequeno esforço, que espero terminar antes que comece o período de "televendas" da grelha televisiva!
Falta-nos a água ou a omnipresença?
Assisti hoje com alguma letargia ao principal noticiário do canal estatal de Portugal, por três quartos de mim estarem longe (não muito), mas o suficiente para o desconforto ser imenso. Não pude, no entanto, deixar de focalizar toda a minha capacidade de processamento para o que, não muito longe da minha terra de eleição, se retratava, na forma de reportagem barata, sem o mais pequeno laivo de brilhantismo ou qualidade jornalística. Pedia-se, nada mais, nada menos, que a Deus, a divina concessão da queda de algumas moléculas de hidrogénio e oxigénio interligadas (já agora, pois pedir não custa, que viessem na proporção do dobro das primeiras em relação às segundas) por aquelas paragens. Como gostamos sempre de dar algo em troca, fazem-se novenas, organizam-se procissões e rezam-se missas, tantas quantas necessárias até que as ditas desabem em catadupa por esse firmamento abaixo.
Não me chocam os alicerces que as pessoas construam para anular o medo da morte, a sensação de inutilidade perante a ausência de Objectivo de vida, o receio do desconhecido, o sentimento de pertença a uma tribo/comunidade, ou tão somente o desejo de seguir na "carneirada". Não tenho sequer pretensões a influenciar quem quer que seja, pelo simples facto de não conseguir provar o que quer que seja (pois é... sobra a fé, dirão vocês), mas eu digo que devemos parar para pensar um pouco. Parece inocente este pedido genuíno das populações, numa altura de aflição. Longe de mim desdenhar dos sentimentos de cada um, mas, e a omnipresença? Será que Deus estaria descansado a olhar para o lado, que não viu que passou quase um ano desde que ordenou que a chuva caísse por estas terras? Não podia ser, pois é omnipresente. Concerteza não se esqueceria. Estará a castigar-nos pelos actos irreflectidos que temos ao longo da nossa existência diária? Não pode ser, pois pelo seu carácter infinitamente bom, seria incapaz de castigar o todo, pelos deslizes de uma pequena/grande parte. Ainda podem argumentar que é tudo consequência do livre arbítrio e da ausência de interferência que Deus nos concedeu. Pois, mas se assim é, que injustiças cometerá em conceder determinadas excepções àqueles que mais suplicarem?
Tudo isto para que conclusão?
Preferiria que, na minha terra, ao invés do tom monocórdico e previsível dos ritos religiosos, se escutassem nas assembleias municipais, nas assembleias de banco de jardim, ou mesmo nas assembleias de balcão, os tons polifónicos das discussões acerca das melhores medidas a tomar para minorar os tempos de agrura com que a natureza nos brindou.
Por um lado choramos (mal, porque gastamos água, ainda que ligeiramente salgada), mas não dispensamos a lavagem do nosso bem amado automóvel, que estará sempre mais reluzente que o do vizinho. Nem restringimos a rega dos jardins públicos ou privados, pois isso também já é um exagero que roça os limites do ridículo.
É certo que muitas medidas devem partir do poder central, mas é preciso vencer a inércia e tomar consciência da necessidade de agir também localmente, ao invés de cumprirmos o mito alentejano da eterna inactividade física e intelectual.
Agora pensam vocês, está este marmanjo aqui com esta conversa toda, queira Deus, não chova já amanhã, e acaba-se já a razão para este paleio todo. Ainda que assim fosse,teria servido para criar aquilo em que há muito deveríamos já ter pensado - planos de contingência. Planos que, ao invés de tentar remediar a desgraça inevitável, nos permitissem precaver contra uma situação potencialmente preocupante.
Teremos seca extrema? Em Abril haverá águas mil?
Nem a Maya sabe a resposta.
Entretanto, continuamos a rezar, na esperança de que tudo se resolverá pelo melhor.
Basta que Deus ouça as nossas preces... ou não.